O Poder de Não Julgar
O mundo é o meu reflexo.
É um espelho em que logo que lhe aponto o dedo este vira-o para mim e sou eu agora o alvo apontado.
Tudo o que eu penso sobre a vida, sobre os outros, sobre as experiências que vivo, revelam os muros ou as pontes com que construo a minha realidade. Sempre que eu julgo algo ou alguém como "certo ou errado", "correto ou incorreto" "devia ou não devia" eu reforço dentro de mim a ideia de que só há uma maneira correta de ser: viver, comer, vestir, pensar, educar, divertir…
No hábito do ato de julgar, automático e inconsciente que nos vem de longe, tão formatado e consolidado, eu pinto a minha vida ou de preto ou de branco e calo a minha espontaneidade e a minha essência com um sensato: "Tem juízo! A vida não deve ser assim!"
E a arrogância em achar como deve ser o outro e o mundo revela o quão pequeno e monocromático é o mundo que sou.
Há momentos em que tal como um pardalinho que tenta sair de uma gaiola, palpita em mim uma explosão de cores que me dizem:
- "Deixa-me sair!"
- "Deixa-me ser LIVRE!"
Mas o medo de destoar das cores deste mundo a preto e branco faz-me reagir julgando-me e julgando o mundo.
Assim concluo que é no exercício de aceitar o outro sem o julgar que eu vou permitindo que a minha vida assuma outras cores. Eu posso não compreender, eu posso achar que no seu lugar faria diferente, posso trocar ideias sobre possíveis decisões e soluções. E posso também (no início com muito, muito esforço!) rejeitar o hábito de julgar. Posso aceitar que aquela pessoa escolheu algo diferente e que o mundo está bem assim, pintado com aquelas cores.
E sempre que eu não julgo, mas aceito, digo a mim mesma:
"Voa! Sê tu própria! Veste as tuas cores! Essa é a tua única missão!"
Rita