Patanjali e o objetivo do Yoga

25-05-2022

  No dia 21 de Junho, celebramos o início do verão e também se comemora o Dia Internacional do Yoga. Não encontro melhor tema para a newsletter deste mês do que falar um pouco sobre um mestre muito importante a quem devemos um dos primeiros textos sobre o Yoga: Sri Patanjali.
  

  É a Patanjali, um mestre que segundo se acredita viveu entre 500 e 200 a.C., que se atribui a autoria da famosa obra "Os Yoga Sutras de Patanjali". Yoga por ser o assunto falado e sutra porque todo o texto está escrito nesta construção literária (sutra), usada na antiga tradição oral, que corresponde a frases curtas, com o menor número possível de silabas, de forma a ser mais fácil a memorização e a passagem do conhecimento.

 Nesta obra o autor é claro: o Foco do Yoga é a Mente, o Movimento da Mente! Primeiro, tomando consciência de como ela é (o que sinto? o que penso? como reajo? porque valores me oriento?) e posteriormente a aprendizagem de como gerir esta mente, para que se torne uma aliada, um instrumento à minha maturidade, autoconhecimento e entendimento da minha natureza ou verdade que é SER CONSCIÊNCIA; SER PAZ! 

___________________________________Sutra 1.2_______________________________________

Yoga é o controlo dos movimentos da mente.

___________________________________Sutra 1.3_______________________________________

Então há a permanência na natureza do sujeito.

  Na obra são também descritas um conjunto de práticas, que se devem estabelecer como rotinas na vida de um yogui e que o vão ajudar a alcançar esse nirodah (controlo da mente) ou seja, a capacidade de com sabedoria, paciência, persistência e amor encontrar o equilíbrio entre segurar e soltar a mente. Esse conjunto de disciplinas é chamado de Yoga.

  Patanjali, desejou ensinar às gerações futuras o poder de escolherem como querem as suas vidas, de deixarem de ser "escravos da própria mente". Então, Yoga é um compromisso, é uma escolha em abraçar um estilo de vida que nos leva a agarrar as rédeas e sabiamente conduzir a mente e a vida até ao entendimento de quem EU realmente SOU.

  Quando eu entendo que já sou paz, que não há nada de errado comigo, que o meu valor está na minha existência e que nada me pode acrescentar ou tirar valor, tudo o mais é uma vivência. Eu já não entro nas situações para ganhar a minha felicidade ou para provar o meu valor, eu entro para aprender, descobrir, divertir, viver...

  E sem a expectativa de que o outro ou o mundo sejam instrumentos da minha paz ou me confirmem o meu valor, eu olho para o outro e para o mundo como eles são, e em qualquer interação, em qualquer relação eu posso somar em vez de retirar.

Bibliografia de apoio: Arieira, Glória, (2017). O yoga que conduz à plenitude. Os Yoga Sutras de Patanjali. Editora Sextante. Rio de Janeiro.

Imagens: Imagem de Patanjali retirada de: https://www.gratispng.com/; Versos 1.2 e 1.3 do yoga sutra retirados de: https://eyalshifroni.com/blog/how-asana-practice-can-lead-to-citta-vritti-nirodha/