Yoga e tempos de incerteza

15-03-2020

Para mim os últimos dias não têm sido fáceis. Tempos em que todos os meus sentidos estão excessivamente voltados para fora, com tanto ruído, informação e desinformação e o encarar obrigatório da imprevisibilidade e mutabilidade da vida...

A minha mente está confusa, dividida e por isso em sofrimento, sentindo cá dentro um burburinho de medo e de ansiedade prontinhos a explodir. A minha intuição pede silêncio.

Depois do almoço, adormeço o meu filho mais novo, a minha filha vê um filme com o pai, eu recolho-me e dou por mim a ouvir a Professora Glória Arieira, uma gravação já bem do passado, mas que de uma maneira surpreendentemente sábia, tão atual... Fala do segundo sutra do primeiro capítulo da obra de Patanjali "Yoga Sutras":

Yoga é o controlo dos movimentos da mente

A professora relembra-me que na base de todo o pensamento e de toda a emoção está um Eu que é consciência, que é silêncio, que é paz. Um Eu que deve viver no compromisso da autoconsciência, prestando atenção à própria mente, assumindo a responsabilidade pelas suas emoções, reações, medos e gatilhos.

Fecho os olhos, foco por momentos a respiração e medito nas palavras da professora Glória. Nas alturas de maior confusão, de rebuliço emocional e apesar dos sentidos estarem alerta e bem voltados para fora, eu desejo o discernimento de escolher olhar para mim mesma e com amor e responsabilidade ser capaz de conduzir a mente para a experiência do EU SILÊNCIO, do EU CONSCIÊNCIA, do EU PAZ. Para que com objetividade eu possa tomar decisões e ações que vão na direção do meu bem-estar e do meu crescimento.

Que todos possamos encontrar a nossa paz! Om Shanti!